Letícia C.

Para que descrições se cada um tira suas próprias conclusões?
É muito difícil descobrir quem somos, e talvez nunca descobriremos. Desculpem mais não sei, não consigo e não sou boa em julgar a mim mesma

21 de outubro de 2010

A lenda da Beleza

Certa vez, por um triste capricho da Fatalidade, o poder do mundo foi cair nas mãos odientas da
Vulgaridade.
Que fez a Vulgaridade ao subir ao trono?
Resolveu destruir e aniquilar a sua perigosa rival - a Beleza.
Chamando o Tédio, seu servo predileto, disse-lhe a execrável soberana:
- Detesto a Beleza! Quero fazê-la desaparecer da face da terra.
Tens ordem para prendê-la e matá-la de qualquer modo.
O Tédio respondeu:
- Escuto e obedeço, senhora! Mas, afinal, como é a Beleza? Como poderei encontrá-la, se não a conheço?
- Ora, nada mais simples- tornou a Vulgaridade- Interroga um poeta qualquer e logo saberás como é a Beleza.
Partiu o Tédio.
Encontrando um poeta interpelou-o:
- Como é a Beleza?
Sem hesitar, respondeu o poeta:
- Ainda ignoras? A Beleza é loura, de olhos azuis da côr do céu e sua pele é clara e rosada, as suas mãos...
- Basta! Tudo o mais que disseres seria fastidioso e inútil. Já sei bem como é a Beleza
-Vou descobri-la por mas oculta que esteja.
E o Tédio partiu em busca da Beleza....
Depois de muito caminhar, chegou aos país de Moab, para além do grande deserto.
Um camponês repousava sob uma árvore.
- Terás visto, por aqui - perguntou o Tédio- a Beleza que procuro?
- Queres descobrir a Beleza! - exclamou o camponês. Ei-la precisamente ali, ó forasteiro!
E apontou na direção de uma jovem que se encaminhava para a ponte, levando ao ombro um pequeno cântaro.
O Tédio procurou certificar-se. A graciosa rapariga era morena, de olhos verdes e cabelos castanhos
como as filhas de Judá!
Mas como diferia da que fôra descrita pelo poeta! Não, não podia ser a Beleza!
- A Beleza fugiu para a China! - informou um peregrino.
Seguiu o Tédio para a China e indagou de um rico mandarim que soltava papagaios de sêda:
- Senhor! Teria a Beleza aparecido em vossa terra?
- Apareceu, sim - replicou, alegre, o mandarim- Ei-la!
E com o seu dedo de unha longa e angular, apontou para uma rapariga ocupada em fabricar lanternas de papel.
O escravo da Vulgaridade preparou-se para executar a ordem que recebera. Enganara-se, porém,
o informante. A jovem que o mandarim indicara era pálida, esguia, tinha os olhos amendoados, os cabelos negros e ondulados. Não; aquela não podia ser a Beleza!
O Tédio deixou o país dos chins e foi em busca de outros climas.
Diante dele a Beleza fugia sempre, ocultando-se astuciosamente. Todo o seu esforço tornou-se inútil.
Não conseguiu encontrar e destruir a Beleza!
- Eis porque a Beleza floresce e domina, sob aspectos tão diversos, quando a observamos, nos incontestáveis recantos e países do mundo. Aqui é morena e tem olhos negros, mais adiante é
loura de claros olhos de anil. Aqui é viva e alegre, para, além, surgir sentimental e terna!
É que a Beleza, para fugir do mal do Tédio e ao perigo da Vulgaridade, varia sempre e sem cessar.
(Malba Tahan)
Agora pense, a beleza esta nos olhos de quem vê, e varia de pessoa para pessoa :D
Esse texto veio na minha prova e pensei que seria bom coloca-lo aqui.



Um comentário:

  1. A lenda da beleza... ME lembro perfeitamente! Ótimo texto. E para você, como é a beleza?

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